segunda-feira, 11 de agosto de 2008

The Wandering Soul Journal

January 01/2010

Hello! My name is Gregor the first and oldest of my kind, I’m a wandering soul whose job is to travel around the world looking for humans worthy enough to ascend and become guardian angels.

I started a journal for the first time in the thousands of years that I have existed, because I have found a particular subject that intrigues me.

It was when I was flying through the night sky of Aerialis that I spotted him, a human whose kindness could be grasped by the palm of my hand, with curiosity I started analyzing him.

He is the most perfect specimen I have ever found, with all the qualities that would make him the perfect guardian angel.

This boy has never had a good life, his father has been sick since he was 10 and his mother works double shifts at the local groceries store, leaving him to take care of his little sister and sick father along with all the house chores, but still, somehow this boy always has a smile on his face.

On his free time he reads Runaways comic books, Terry Pratchett ´s Thud (which is the only one he can afford), and draws landscapes, while leaving time to work at the local asylum helping homeless people.

Yes he is probably the most kindhearted person I have ever found.

Note: The only time where I see perfect happiness in the boys heart, is when his beside his girlfriend.

Spring 2010

I always loved Spring, despite the fact that I am a soul, the beginning of Spring always cheers me up and turns my color into green, but this year, this year Spring brought me something, I would call it, unfortunate.

My specimen´s girlfriend died, I am afraid that the scar that has been inflicted on this boys heart is to deep, I am scared he will lose the faith he so desperately has in mankind, what makes it all worse, is the fact that his girlfriend was killed by a homeless, the very people that he works so hard to help, envious of the love they had, he raped her and then brutally assassinated her, how will he survive after this? I can only wait and have faith.

Winter 2010

God, I work 24/7 for THEM to have a guardian angel to protect THEM and make THEM happy, doesn´t work, but you say the word “Christmas” or “Hanukah” and everybody is jolly, and happy and full of love, do I hate humans sometimes….I know, I’m a superior being, I shouldn’t have this kind of feelings, but sometimes it really gets to me…, crap, I’m turning gray, better go to work so I can get my mind off of this.

Note: My specimen continues to mourn his girlfriend’s death.

Spring 2010

How good it feels to bath in the sunlight, I’m ashamed of this pink color, but I can´t help it, my specimen has finally woke up of the numbness that had taken over him since the death of his beloved girlfriend, his heart, despite being greatly scarred, is still able to love. All goes well, and it´s Spring, who isn´t happy in Spring.

Winter 2011

I thought this happiness would last, but it didn’t, his father has finally passed away, even though everybody expected it, it came as a shock, tears were shed all over, and a dark cloud has come upon that house, yet again I can only hope that he will manage through the pain.

January 07/2012 – Extra entry

Something strange is happening, I cannot describe it, but I sense something is messing with this boy´s fate, nothing good ever happens to him, always bad, terrible things, I wonder if anyone would have the stupidity to use it….

quarta-feira, 30 de julho de 2008

O fim trágico da pequena Odete

Um pouco de poeira caiu-lhe em cima da cabeça, Odete olha para cima e vê uma pequena racha a formar-se no tecto. Poisa a navalha com a barata ainda a espernear na mesa, sacode a poeira do cabelo, levanta-se, limpa o seu vestido e começa a andar pela sala de forma a conseguir ver melhor a racha. Esta continua a aumentar até que um tímido raio de luz invade a sala.

Um misto de terror e curiosidade toma conta de Odete, ali a dançar a sua frente, um raio de sol, a única coisa de que tinha sido proibida de alguma vez tocar. Ela pondera durante um ou dois minutos e apesar de todos os avisos do seu Pai, decide aproximar-se.

Estica a sua pequena mão e sente o calor que o raio emana, era agradável, envolvente, e a sua luz de um dourado translúcido era bela, harmoniosa.

Com desejo de sentir mais, Odete tira o seu vestido preto, poisa a borboleta escarlate que adornava o seu cabelo e deixa-se banhar totalmente pela luz.

Um grito lancinante atravessa a casa, o seu Pai acorre a sala, mas era tarde demais, já nada restava de Odete. A sua Mãe finalmente chega, encontra o seu marido de joelhos, a chorar com o vestido numa mão e a borboleta na outra, a repetir constantemente.

“Eu disse-te para nunca te aproximares da luz…”

sábado, 14 de junho de 2008

The grieving soul.

Vi um fantasma virar a esquina, segui-o com curiosidade, ao entrar no beco olhei para a frente e encostada a parede lá estava ela, olhos azuis, cabelo negro, um vestido de noite a cobrir o seu belo corpo. Tentei aproximar-me, “Não te chegues, é perigoso”, comecei a ouvir um zumbido ensurdecedor e a visão a desfocar, fechei os olhos.

“Onde estou?” tudo o que vejo e ouço é um tecto branco e um gemido ao meu lado, apercebo-me que estou num hospital, “Ah, estou a ver que já acordou!”, ao meu lado uma enfermeira idosa, com uma expressão bondosa olhava para mim. “O que me aconteceu?” “ Como vim aqui parar?”, “Você foi deixado a nossa porta desfalecido e mais do que isso não sei”, de repente a imagem daquela rapariga invadiu a minha mente, “Obrigado, agora se não se importa gostava de descansar”, com isto a enfermeira levantou-se e foi embora.

Sai do hospital e fui para casa, pelo caminho pareceu-me ver aquele “fantasma” pelo canto do olho, mas quando olhei não estava lá nada.
Todos os dias quando ia para ao trabalho passava pelo beco e esperava encontra-la lá como naquela noite, mas não passava de esperança.
Os anos passaram, mudei de casa, de emprego, tive algumas relações falhadas, os meus familiares morreram, fiquei sozinho, a única coisa que continuo imutável, que me ajudou a manter a sanidade foi aquele beco e a imagem da rapariga.

Estou no meu leito de morte e todos os meus arrependimentos surgem no seu estado bruto, o que fiz, o que podia ter feito, quem amei e quem podia ter amado, um grande desgosto esburaca o meu coração, para tentar evitar a dor viro a cabeça na almofada e fecho os olhos.
“Não pode ser, é impossível” com toda a esperança perdida abro os olhos e lá estas tu, sentada no parapeito da janela deste velho louco, igual como se para ti todos estes anos não passassem de meros segundos.
“Quem és tu? “Porque só te mostras agora?” “Tanto tempo e ainda não adivinhaste? Julguei-te mais inteligente, afinal não me apaixono por qualquer humano”um sorriso iluminou-lhe a cara. “Já tinha posto a hipótese, mas nunca pensei que fosse verdade. Isto quer dizer que vou morrer finalmente? Escapar de toda a tristeza e monotonia que foi a minha vida” “Não meu amor, significa que finalmente vais viver a tua vida real, a meu lado para sempre”Ela estendeu-me a sua mão, senti o meu corpo a flutuar, pus-me em pé e olhei para o espelho, a cara que este reflectiu não era do velho decrépito deitado numa cama apenas a espera de morrer, mas sim a de um jovem nos seus 20 anos. Caminhei para ela e juntos de mão dada saímos pela janela e caminhamos pelo céu até se ver apenas o rasto nas estrelas deixado pelas nossas pegadas!

“Só mais uma pergunta, porque não me levaste logo naquele dia, porque me fizeste sofrer?”

” Ora meu amor, todos temos de sofrer para descobrir a nossa humanidade….”

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Untitled 3

I was 19 when I made a good friend. She was a demon.
She had a part-time job in a library owned by her father and, occasionally, she'd invite us there.
The library was quite nice. There were a lot of fireplaces and screams from the pits of hell. Our voices echoed in the distant ceiling of the entrance hall, coming back in strange deep tones and sounding more or less like 'BOGOHLAGATH! SHOBOROGOTH!!'
Those were happy days.
But, as these things usually go, she vanished one day, along with the library, without saying anything to anyone. Except to me.
She appeared in my room the night before and said 'I have to go now, John.' My name wasn't John, but she called me like that no matter what. She said it was the first name my mother gave me, before my hip grandmother came and showed her a list of unusual, new-age names.
'Will we ever meet again?' I asked.
'I don't think so, John. I seriously doubt it.'
'Why?'
'You are a good person, John. You help your parents. You will save people. You will give a life of happiness to your wife. And good people, John, usually end up in a completely different place than hell.'
And with that, she climbed my bedroom's window and jumped into the dark.

Well, time went on. I married. My wife couldn't have been happier than I was. We had children, a couple of hyperactive brats. We were even happier than before, if that was possible. We grew old, our children left our house. We moved to a quiet neighbourhood, into a house with no stairs. My children had children. We were so proud.
And then, with 79 years, I died. While I was lying sick on the bed, I muttered, '... as if this tiny cold would kill me,' and passed away, with less-than-dignifying last words.

My friend was right, I didn't end up in hell. I got a small occupation in this new place, installing newcomers and organizing tours. While these peaceful days go by, I wait patiently for the day when my wife comes to me.
And, sometimes, when we have a little free time, I fly to the lowest clouds hanging over Earth and I wait for her, my friend that I met so long ago.
'Hello, John!'
Sometimes, we play cards. Others, she tries to teach me how to play bridge.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Untitled 01.2


A
great hall, long as ages and dark as night itself. The smell of dampness filled it, making breathing harder, dulling the senses.
A
tiny square of light appeared in the ceiling and, with its brilliance, an endless stairway of stone was revealed, along with a dozen identical wooden doors across the room. Against the light, appeared Mr. Lifshitz, grumbling, rheumatics aching all over his body. He carried a cup of tea.
'Who had the brilliant idea of building a dungeon below a lake? Mrs. Lifshitz, obviously. Brilliant, just brilliant. Always the genius, my dear wife.'
He reached the floor, looking all around him for something familiar.
"Could she have installed dehumidifiers at least? Electric lights? Absolutely not, she'd said. Noir atmosphere, she'd said. Brilliant.'
He took a purple-coloured umbrella out of nowhere and pointed it up.
'Shine,' he said.
The point of the umbrella seemed to swell and gain a spherical form. It came out with a 'pop!', looking like a soap bubble. Letting go of the umbrella, Lifshitz waited as it raised in the air and bulged and grew. Several popping noises later, the entire umbrella vanished, leaving only bubbles behind, spreading across the empty space. All of a sudden, they lit up, filling the dungeons with globes of light.
'Much better,' and with that, he walked towards a door and knocked.


'Ma'am,' he greeted, before entering the room. The bubbles wouldn't be needed here, there were a couple of lamps, illuminating the small, dry quarters. A bed, a closet and a compact group of shelves with several books filled almost completely the space. Although cramped, the room wasn't claustrophobic. It had an air of cosiness and familiarity, reinforced by the indescribable decorations that only yarn and too much free time could have brought forth.
His wife hated it. It didn't have ambience, she'd said. In spite of being a villain, he'd said to her then, he wasn't an animal. Not with his prisoners, at least. Mrs. Lifshitz had giggled then.
Sitting in the bed, the woman looked intently at him. She knew all, or thought she did, that much was said by her deep-green eyes. She had no hair. Her white clothes, nice and simple, framed her head, giving her a clean, yet eerie, appearance.
'You,' she muttered, 'I knew-'
'Yes, my dear, you knew I was coming. Yes, I am very surprised by your astounding ability to predict the future. Oh my. What a shock.’
He paused to sip his tea, now cold as water and herbs could ever get.
‘Now, child,' he touched her chin, getting closer to her face, 'Tell me. How am I going to die?'

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Untitled 01

It was late night when Mr. Lifshitz learned that the Geriatric League of Evil wanted him dead. He was their leader, after all, it was only a matter of time.
'Good evening, Jules,' he said to the assassin pinned to the wall by a dozen canes and umbrellas, near an open window, 'How nice to find a young man so devout to the League.'
'Hulloh Mr. Lifshitz, sir,' he tried desperately to free himself. 'Sorry to intrude, sir. How does dis day find ya? Tir'dness, it seems, hasn't reached your bones just yet, sir.'
'True, true.'
Lifshitz walked over to the man and grabbed a polka-dotted yellow umbrella. He pointed it to Jules's face.
'Tell me, dear boy. Who sent you? Was it Cornelia? Maybe that demented old man, Virgula?'
'No, sir. 'Twas everyone, sir.'
'Aahh, excellent. And the reason for the mutiny?
'Your conservative measures, sir. They fink we should parley with the Vintage Peacekeepers, that it's on ev'ryone's best interests, sir. A lot of fancy words were involv'd, sir.'
'Oh, my. A lot of fancy words. So it is quite serious, this time.'
'Yes, sir. It is, sir.'
Lifshitz raised his left hand, then drew a circle in the air in front of Jules. The umbrellas and canes rattled and fell on the ground.
'Go, Jules. Tell them not to be so harsh in you.'
'Yes, sir. Fank you, sir. Night, sir.'
Jules ran and jumped out of the window. He screamed.
Poor boy, Lifshitz thought, those were probably the carnivorous petunias by his window. He bellowed by the window, into the dark, 'Ask them for a raise!'
'I will, si-AYYEEEEE!!'
Lifshitz closed the window.
'So, they want me dead. How nice, I think I'll go get myself a cup of tea.'

terça-feira, 20 de maio de 2008

A pequena Odete.

É neste mundo obscuro que encontramos a pequena Odete. Tímida e recatada, Odete nunca conheceu nada mais a não ser a sua casa cujo o aspecto era aquele de um palácio saído de uma história de encantar. É no salão de jantar, a sua divisão preferida que a encontramos, sentada nos degraus que dividem os dois pisos da divisória, a olhar para cima, a admirar através dos seus grandes e brilhantes olhos verdes, as imagens do seu tecto abobadado. Ela gostava bastante desta secção da casa porque, apesar de ser bastante ampla, ela sentia um conforto aqui que mais nenhum lugar lhe transmitia. Com as suas paredes de betão, cobertas de trepadeiras, onde pequenas rachas deixavam uma brisa fresca penetrar na divisão, os seus grossos pilares de mármore enegrecidos pelo passar do tempo e o chão de madeira de Rowan com algumas tábuas já a levantar, era aqui que ela se sentia feliz. Baixou os olhos, e começou a observar ao seu redor, o seu velho sofá de couro, com os braços de madeira trabalhados dando a impressão que destes rosas pingavam o seu sangue, continuava no mesmo sítio onde ela se lembrava de o ver desde que nasceu, ao seu lado como irmãos, dois cadeirões velhos, com o seu forro quebrado pelos anos de uso. À sua frente, uma barata passeava na mesa de Cedro, com cuidado a Odete tirou a navalhinha que o Pai lhe tinha oferecido, levantou-se, e sorrateiramente aproximou-se da barata, de repente um silvo trespassa o ar e um grito agudo é solto, com um movimento rápido, a rapariguinha espetou a barata na ponta da sua navalha. Levantou a barata ao nível dos seus olhos e com o sorriso inocente de uma criança, começou a observar a sombra projectada no tampo da mesinha, pela luz negra que um grande lustre que pendia do céu emitia.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Ola

Ola.
Eu sou o Pedro.Vivo numa mundo de fantasia,acordei um dia e todos quantos conhecia desapareceram.
Melhor,deixem-me esclarecer o que estou a dizer.
Os seus corpos ainda percorrem a terra,mas os olhos,os olhos,não brilham da mesma forma.
As suas vozes não tem energia, os seus pés arrastam-se.
Parece que como com os mortos vivos.

Ainda me lembro de antes me ir deitar ontem,e sentir o doce toque dos lábios da minha mãe na minha face.
e de lhe dizer ate amanha.

Parece que o amanha não chegou e todos estão presos num limbo entre o passado e futuro.Um tempo em que o presente não existe.

Abro a porta do frigorífico e abro os pulmões para a mescla de cheiros importados.Retiro o leite, fecho a porta
e encontro ao meu lado não a ma disposição matinal da minha família.mas um quente vazio de uma morna manha de verão.
Arrasto me a comer e subo para despertar a minha mãe.
Mas não obtenho resposta.abro a porta e encontro-a a olhar para o espelho incessantemente.

"Mae,esta tudo bem?"-
tocolhe no braço,mas esta gelada.
entro em pânico.
O telefone esta ali ao meu lado,a tentação de carregar nos botões é enorme,mas a linha esta morta.
Corro para a rua ,a porta nao abre.
Os pássaros não voam la fora, estão todos a pairar ligeiramente acima do solo,ou então os meus olhos traiem-me.
"Mae,mãe,mãe"
As escadas parecem que nunca mais acabam.
Deitada no chão,acabo por encontra-la.
"Mas que merda..."
O mundo não me quer.o mundo quer-me ver morrer.
Serei algo mais que um boneco nas maos de Deus. uma brincadeira doentia.
Porque não consigo ser ouvido,porque nao consigo ser visto?
Sera que existo? Serei algo mais que uma ideia?Serei um sonho,ou um pesadelo?
"Ola Pedro!"
Tremi.
"quem esta ai?"
"ah ah acalma te Rapaz,não tenho nada contra ti!"
Havia algo de familiar nele,algo naquela voz alegre, algo me fazia tremer.
" Que se esta a passar comigo,foste tu que fizeste tudo assim?"

"Eu? Nao.eu não tenho o poder para tornar transformar o tempo num agente de morte."
"Mas meu rapaz,tu és o nada. Tu és o vazio.Nem tu sabias o que irias ser.Mas tudo acabou."
"Querias parar o mundo, querias parar de sentir.Assim o tens,pequenito.Todo o futuro do teu mundo esta nas tuas mãos"

"O meu mundo esta nas minhas mãos?queres dizer o que com isso?"

" Nao percebes o poder que tens?tu és Deus,tu és rei e senhor da tua mente"
"Tu controlas o que os outros dizem,tu decides quem morre quem vive"
"Tu és a morte,tu és a vida,tu és a próxima evolução do homem"
"tu vais destruir,para voltar a construir"

Fui eu.Fui eu.
Sonhei todos estes anos com um novo começo,com a hipótese de mudar quem sou,de poder sonhar com o mundo de fora.
Agora tenho o poder de ser Imperador dos meus sonhos.
Substitui Deus.

Ola.
Eu sou o Pedro

sábado, 19 de abril de 2008

Diário de uma Omelete Malvada - O Regresso dos Progenitores (primeira parte)

Domingo, 13 de Abril de 2008


Querido e detestado diário,

Hoje, fui acordada do meu sono de malvadez pelo maldito toque do maldito telefone.

Atendi.

"Saudações," disse uma voz mecânica. Uma voz que, em tempos, havia tido um tom doce e suave até descobrir as expressões 'máxima eficiência', 'perfeição gramatical' e 'salada de frutas'.

"Tencionava relembrá-la de que os seus progenitores visitá-la-ão hoje, daqui a 50 segundos. 49. 48. Cuidado com o carro, Adalberto."

"Olá, mãe," respondi.

"Boa tarde. 43. Esperamos que, de entre todas as capacidades que lhe transmitimos durante- 40.- o seu crescimento, a pontualidade tenha resistido. 36. 35. 34."

"Maria Genoveva… abraça a bondade universal… e desliga a terceira pessoa," disse uma outra voz, tão devagar quanto um som se consegue atrever.

Desliguei.



Vesti-me, ou seja, coloquei a cartola e o monóculo. A bengala não seria necessária, pensei. A bengala rosnou quando se apercebeu do que eu pensava.

Agarrei na bengala.

Abri a porta. Estavam duas alforrecas de fato e com pastas debaixo do braço.

"Boa tarde, irmã. Nós somos testemunhas de Seilá e vimos espalhar a palavra-"

"3. 2. 1." disse alguém atrás das pobres cnidários, que se viraram artriticamente.

Demasiado tarde.

Cinco segundos depois, um ananás... não, uma ananás, de óculos escuros e vestida muito eficientemente (sem roupa), deu um passo por cima de dois corpos gelatinosos, prostrados no tapete da entrada. No horizonte, atrás dela, enormes nuvens negras formavam-se, relampejando e trovejando, como se dissessem cada vez que chocavam “Com licençaaa”, ou “Peço desculpa!”

Ela. A ananás contabilista mais dura de todas. Eficiente como deixar de respirar e cem vezes mais desagradável. Dura como o mundo, teimosa como um tijolo.

Outro relâmpago, outro trovão.

Maria Genoveva.



"Pfft," tentou a omelete.

"Pfah," respondeu-lhe Genoveva.

"Pfuuiiii."

"Pfh."

"Pfffte!"

"Pfalalalalah."

“BRRUUUMM,” desculpou-se uma nuvem.

“… por… quêe…?” gemeu uma das alforrecas.

"FILHA…!!" gritou o ananás chamado Adalberto, que, saltando por cima das duas trémulas vítimas com a mesma velocidade relativa de um glaciar, abraçou carinhosa e vagarosamente a omelete, chegando pouco depois à conclusão de que não tinha sido uma decisão inteligente.

"Bem, já vi que encontraram o meu novo número, a minha nova casa… ah… e o novo estendal da vizinha com roupa branca a secar" disse a omelete, enquanto o ananás retirava, com um lençol branco, as quantidades monstruosas de gordura que ficaram agarradas à casca.

"Deveras. Não te dês ao trabalho para a próxima, Constância. As mães sabem sempre. Sempre. Sempre.”

“BRRRAARRUUUMMM.”

“Claro que a equipa de abacates espiões tamb-” tentou Adalberto ajudar.

“Não nos vais convidar a entrar?” interrompeu Genoveva, gelidamente.

Constância, a omelete malvada, suspirou.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Prólogo


“Até logo, minha lichia com natas*. O jantar estava formidável, como sempre!” disse Nero, enquanto piscava o olho à sua belíssima mulher, uma égua chinesa com listas que variavam desde o negro ao magenta, para depois acabarem na cauda num azul lunar.
Nunca pensou Nero que estas seriam as últimas palavras que diria à sua belíssima esposa em muito, muito tempo…

Nero era polícia, um Minotauro com 2 metros de altura e corpo de boxeador. De momento, ele patrulhava a estação dos autocarros, bocejando em intervalos cada vez mais curtos. Nada o fazia prever que seria aqui, no sítio do 432, que teria início o seu destino.
Faíscas saltavam de um canto escuro da estação. De repente, os contornos de uma elipse começaram a tomar forma, numa luz multicolor.
“Argh,” exclamou Nero, cego por um súbito clarão de luz.
Abriu os olhos. Para espanto e maravilha dele, perante si estava retratado na parede enegrecida, onde antes se encontrava a elipse, uma paisagem verdejante que emoldurava ao fundo uma colossal cascata.
“Pelo chifre da minha Bisavó, o que é aquilo?” disse Nero com a sua voz grossa e rouca.
Então, tudo acontece. Rajadas vermelhas e negras começam a invadir o ar vindas da paisagem, Nero agacha-se em busca de protecção e subitamente, materializam-se dois vultos.
No meio da noite, ouve-se o choro de um bebé…

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Diário de uma Omelete Malvada

Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2008


Querido e detestado diário,

O meu dia começou com o tilintar demoníaco do meu despertador da Hello Kitty. Antes de tomar o pequeno-almoço e, aconselhada pela Genoveva, uma prima minha em terceiro grau que adora jogar copas e dizer "CORTEZ LA TÈTE!!", fiz cinco coisas impossíveis das quais, infelizmente, não me lembro. Não me chateies.

Na caneca do meu chá da manhã, reparei no curioso padrão que as folhinhas tomaram, um intricado desenho que prometia um "Eu vou ser uma previsão interessaaanteeee!". Fui buscar o meu manual "Fortune-telling for Dummies" e traduzi:

"Grandes progressos no campo sentimental, principalmente se comunicar com o seu parceiro. Conhecerá o seu arqui-inimigo. Saúde instável, cuidado com o colesterol. A cor de hoje é o verde-fungo. Números do totoloto, use a sua intuição e escolha: 2, pi, 19, 25, 33.33, 42, 43, 44, 45, 0, -4"

Esbocei um sorriso. Esperei muito tempo por este dia, depois de anos e anos de cálculos e previsões, chegou finalmente a altura! O momento! A minha razão de existir! A primeira e última chance de utilizar a combinação pi, 42, 43, 44, 45, 2 e -4 no Euromilhões! Serei rica! RICA!! MUAHAHAHA!!


Dirigi-me à casa-de-banho para me preparar. Aparei o bigode malvado, encurvei as pontas Daliescas, arranjei as sobrancelhas (com cera da Veet) e, por fim, coloquei o monóculo no meu olho esquerdo. Observei-me ao espelho. Perfeita. Coloquei a minha cartola e saí.

Fui para a paragem de autocarros, onde estavam os habituais frequentadores do serviço. Uma hera desdentada, duas contradições existenciais artríticas, cinco coelhos (dois em abstinência sexual - tinham tantos tiques que cada movimento involuntário tinha de ganhar ao pedra-papel-tesoura aos outros para poder aparecer) e três idosos peixes escafandristas.

Passei à frente deles quando o 432 chegou. Tirei um chupa a um repolho de 2 anos e sentei-me nos últimos três assentos livres que restavam, para desânimo geral do gangue do reumático que acabava de entrar. Ahh.


Chegada à baixa cascaense, saí. Empurrei para o lado duas bruxas estrangeiras que, distraídas, tiravam amostras do famoso pilar negro do terminal dos autocarros. Estou perto, estou quase lá.

Entrei na papelaria. Olhei para a fila. Ah, sexta-feira. Saí da papelaria. Fui para o fim da fila, ou seja, à porta do Pingo Azedo. Passar à frente? Há alturas para maldades, mas a fila do euromilhões transcende a existência de Bem e Mal, é algo com que não se deve brincar. Entretanto, ia utilizando o meu tempo livre de uma forma útil: a engordurar permanentemente as pessoas que iam passando.

Cheguei ao fim. Mostrei o meu boletim à alforreca apática que atendia as pessoas. Ela informou-me de que o cliente anterior tinha sido a última pessoa a poder concorrer ao Euromilhões. Inferno! Frigideira!! Quem?? QUEM se atreveria a arrancar-me a minha última possibilidade de ser rica?? O meu bilhete para a América! A operação plástica que me devolveria a bidimensionalidade perdida no óleo de fritar!!

A alforreca apontou debilmente para um vulto que acabava de sair. Eu segui-o determinadamente. Onde? Ah, ali! Tinha uma forma circular, mas não o conseguia vislumbrar decentemente, pois quase desaparecia quando estava em perfil. Continuei a segui-lo até à Poolar Bear. Ele agarrou num par de calças e entrou para uma cabine de provas. Dirigi-me para a cabine ao lado, com a desculpa de ir experimentar um cachecol. Na madeira entre as duas cabines, estava um curioso buraco circular. Espreitei.

Céus. Nada, nada me poderia preparar para o que vi. Um ser da mais perfeita bidimensionalidade. De frente, era um círculo com bico e asas. De lado, era um segmento de recta perfeito. E vestia um 36.

Ao sair da cabine, presenciei tal criatura a emitir um pequeno "uu-huuu" e a entregar as calças à menina da caixa, uma foca valquíria a mascar pastilha. A foca reconheceu-a e agradeceu-lhe ter vindo fazer compras ao seu modesto estabelecimento.

O nome. Ela disse o nome.


É esta improbabilidade da natureza o meu arqui-inimigo. Vejo agora um novo objectivo para a minha gordurosa existência.
A destruição do panqueca-pombo.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

ola meio mundo

ola gente!!!
todo a gente com alto astral? qualquer que seja a vossa resposta não me interessa conhece la.
Para quem não saiba ,eu sou o Ricardo. Após largos meses de negociações com o jamiro,aceitei juntar-me a este projecto.Foram-me prometidos mundos e fundos e espero corresponder com muito trabalho e empenho.graça ah Deus.
1º ponto do meu Post vai sair agora,assim quentinho.
- Oh meu m***** não podias ter traduzido isso? custava mto? se poderem arranjem a série pois é bastante cómica.
2º ainda não pensei sobre que falar no segundo ponto do meu raciocínio mas ele ha-de surgir algures.
Neste momento não consigo pensar em nada,mas quando cá voltar espero ter algo pensado e nao vir aqui improvisar.(jamiro give me a beat)

peace out
Long live rock & roll

sábado, 2 de fevereiro de 2008


Flight of the Conchords is a Grammy-nominated folk, pop, and comedy band composed of Bret McKenzie and Jemaine Clement. Billing themselves as "Formerly New Zealand's fourth most popular guitar-based digi-bongo acapella-rap-funk-comedy folk duo (having been bumped by a tribute band of themselves, Like of the Conchords), the group uses a combination of witty banter, characterisation and acoustic guitars to work the audience. The duo's comedy and music became first the basis of a BBC radio series and then an American television series, which premiered in 2007, also called Flight of the Conchords.
Named Best Alternative Comedy Act at the 2005 US Comedy Arts Festival, Best Newcomer at the Melbourne Comedy Festival, and receiving a nomination for the Perrier Comedy Award at the Edinburgh Fringe in 2003, the duo's live performances have gained them a worldwide cult following.
Aqui vão os links de alguns dos melhores vídeos deles (na minha opinião):








A incrível história do Panqueca – Pombo

Chegou finalmente um universo criado de raiz para todos vocês, feito a pensar em vocês, para todos os contentes, os felizes, os apaixonados, os alegres, os sexualmente activos, os políticos ( são uma raça completamente á parte), para os velhinhos com osteoporose, reumatismo, incontinência e impotência, em suma, para ninguém. Para aqueles que pensam que vão aqui encontrar uma história bonita, um romance apaixonante, um grande amor que ultrapassa todas as barreiras, inspirado em autores como Nicolas Sparks ( blargh),ou um qualquer outro que escreve historias de paixões arrebatadoras etc. e tal, então por favor espetem duas canetas nos olhos, arranquem o fígado e morram uma morte dolorosa.
A nossa epopeia começa com um velhinho com reumatismo, incontinência e impotente, a alimentar os pombos no Terminal de Autocarros de Cascais. Um lugar frio, ventoso, onde o negro dos pilares composto por vários fungos, restos mortais dos mais variados seres e camadas de posters de concertos e acontecimentos importantes que datam de pelos menos há um século,o chão construído por cima de um antigo cemitério de dragões com pedra e calçada portuguesa(obviamente, e da boa), onde velhinhos com osteoporose, que por ali passam algumas vezes tropeçam nos baixios, partem os ossos e ficam meia hora a reclamar com o governo e com a juventude arruaceira. Este é um mundo onde ogres, bruxas com verrugas gigantes no nariz, meninas com sapatos de cristal, leões que falam e que acham que criaram o mundo e velhinhos com incontinência, reumatismo e impotência, lutam pelo direito de um assento no autocarro, e ar condicionado nos transportes que os vão levar às grutas, palácios, T1s e castelos.